quarta-feira, 20 de junho de 2018

Morte - Como devemos lidar com a perda


  • Não se sinta culpado por ficar triste
É importante saber que, mesmo após já ter passado algum tempo e ter estabilizado um pouco mais a vida, você vai se sentir mais triste e solitário em certos dias. Não se sinta culpado. Não existe um tempo exato para superar a perda e isso faz parte do processo.

E nem por voltar a ficar feliz

Com o tempo, você irá retomar o caminho da felicidade e não se sinta culpado quando esse momento chegar. A pessoa querida nunca será substituída ou esquecida, mas o tempo irá se encarregar de transformar essa dor, que parece tão lancinante nos primeiros dias, em uma saudade dos bons momentos vividos ao seu lado.

Como lidar com a dor pela perda de um ente querido

O luto é vivido pelas pessoas em todas as áreas da sua vida, e ocorre em resposta à uma doença terminal ou perda de um ente querido, seja humano ou animal de estimação. O luto passa por cinco etapas, que foram propostas pela primeira vez pela psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross no livro “Sobre a morte e o processo de morrer”, que são mostradas abaixo.

Negação

A negação é uma das maneiras de lidar com o choque do fato. A etapa da negação nos ajuda a sobreviver: a notícia é esmagadora e a vida perde o sentido. Aparecem as dúvidas sobre como proceder e nos perguntamos se seremos capazes de continuar vivendo.
Quando aceitamos a perda, surgem as perguntas e, sem que percebamos, começa o processo de cicatrização. A negação começa a desaparecer e com o passar do tempo, os sentimentos começam a surgir.

Raiva

A raiva é um passo necessário no processo da cura. Quanto mais raiva, mais próxima a cura. Muitas outras emoções surgem, mas a raiva é a emoção com a qual estamos mais acostumados a lidar. Ela não tem limites: sentimos raiva dos outros, de nós mesmos, do ente querido e até, sei lá do que.

Sob esse sentimento de raiva, encontra-se muita dor. É normal sentir-se abandonado e a raiva é a força temporária que nos ajuda a suportar a perda e nos sentir melhor. Quanto maior o amor pelo ente perdido, maior a intensidade da raiva.

Negociação

Confrontados com a perda de um ente querido, pensamos numa negociação. Queremos a pessoa de volta e que a vida volte a ser o que era antes.
É uma forma de voltar no tempo e negociar com a dor. Pensamos que poderíamos ter agido de outra forma e nos sentimos culpados. Somos capazes de qualquer coisa para não sentir a dor da perda.

Depressão

Após a negociação, toda a atenção se volta para o presente; os sentimentos de vazio e dor surgem com maior intensidade. É uma fase que parece durar para sempre. Essa depressão não caracteriza uma doença mental; é a resposta adequada para uma grande perda.

A perda é uma situação muito deprimente, e a depressão é um passo necessário nesse processo de cura.

Aceitação

Muitas vezes, a aceitação é confundida com a ideia de que estamos bem apesar do que aconteceu, e que aceitamos o fato de que o nosso ente querido se foi para sempre. Aceitar é reconhecer essa nova realidade e aprender a viver com ela.

A medida que começamos a viver e aproveitar a nossa vida novamente, temos a sensação de que estamos traindo a pessoa amada. Não podemos substituir ninguém. A vida será diferente sem a presença da pessoa que faleceu, mas podemos desenvolver novos relacionamentos.

O luto é uma experiência pessoal e única, e cada pessoa a vivencia de uma forma; não existem maneiras melhores ou piores. A vida pode e deve continuar a ser vivida. Cada um tem o seu tempo; o importante é não se tornar uma pessoa amarga, dura, sem brilho nos olhos e não fechar o coração para receber o amor das pessoas que ficaram ao seu lado.

Entenda como lidar com a perda com estas dicas

Todos nós estamos sujeitos às contrariedades da vida: prejuízos materiais, financeiros, demissão no emprego, falecimento de pessoas queridas etc. Por isso, é importante que saibamos como lidar com a perda, o que exige maturidade, equilíbrio e bom senso.

A importância de saber como lidar com a perda

A vida humana é um processo formado por momentos felizes e tristes, perdas e ganhos, prazeres e dores, realizações e frustrações, e assim por diante.

O mundo não é feito apenas de coisas positivas, mas igualmente de aspectos negativos. Querer negar essa realidade é apenas uma inútil atitude de fuga, algo que em nada nos ajudará em nossa caminhada rumo ao constante desenvolvimento pessoal e social.

Esse é o motivo pelo qual devemos aprender a lidar com a perda, pois nada permanece imutável no tempo. Estamos todos submetidos a uma lei natural, da qual ninguém pode escapar: a eterna mudança, a contínua transformação de nós mesmos e de tudo o que nos rodeia.
  • Aspectos emocionais envolvidos na perda
Não é raro uma perda produzir respostas emocionais negativas. É o caso da morte de um ente querido e do consequente sentimento de tristeza que toma conta dos familiares e amigos mais próximos do falecido.

Emoções desse tipo são absolutamente normais e, de certo modo, saudáveis, pois têm a função de dar vazão ao sofrimento vivenciado pelo indivíduo. Elas preparam-no para um posterior reconforto e a retomada de seu equilíbrio psicológico, necessários à continuidade de sua própria vida.

O problema ocorre quando a intensidade desses sentimentos foge do controle. Uma situação que pode levar a quadros depressivos, que paralisam todas as atividades e interesses de uma pessoa. Nesses casos extremos, faz-se necessário buscar o auxílio de profissionais, como psicólogos, terapeutas etc.

Dicas para lidar com os sentimentos de perda

Podemos entender o sentimento como uma emoção associada a um significado. Por exemplo: um jovem fica abalado por não ter passado no vestibular e interpreta esse fato como uma incapacidade de sua parte. Resultado: ele se sentirá frustrado, quando não inferiorizado ou mesmo humilhado.

Ciente disso, vejamos agora algumas dicas que poderão ajudar você a reagir adequadamente aos sentimentos de perda.

- Evitar o isolamento

É no convívio com nossos semelhantes que adquirimos as capacidades e habilidades próprias de nossa espécie — linguagem, crenças, valores, conhecimentos etc. Podemos dizer, portanto, que o homem é um ser social, uma vez que só podemos crescer e desenvolver em sociedade.
Justamente por isso, o isolamento é uma estratégia inadequada para lidar com a perda. Ao contrário, nesses momentos devemos nos aproximar das pessoas com as quais nos sentimos bem. Às vezes, um desabafo com um amigo já é suficiente para recuperar nossas forças físicas e mentais.

- Atribuir sentido à vida

Você já se deparou com pessoas humildes, que vivem com recursos financeiros e econômicos limitados e, ainda assim, estão sempre otimistas e de bem com a vida? Provavelmente sim, não é verdade?

O que nos faz sentir bem não são, propriamente, os nossos pertences materiais — embora eles sejam indiscutivelmente necessários. Mais do que isso, é a nossa maneira de enxergar o mundo que nos faz otimistas ou pessimistas, agradáveis ou rancorosos.

Atribuir, assim, um sentido positivo à vida não só é saudável: também nos ensina como enfrentar as adversidades. Se uma perda é irrecuperável, como o falecimento de alguém que admiramos, restará para sempre a lembrança dos bons momentos, das alegrias e das dores compartilhadas, das ricas experiências que permanecerão na memória.

- Racionalizar os sentimentos

O emocional e o racional não são aspectos psicológicos que se opõem, mas que se complementam. Pensamento sem emoção é frieza, assim como emotividade sem racionalidade é embriaguez.

Sendo assim, nos momentos de angústias decorrentes de perdas, busque dar um significado realista aos seus sentimentos, o que lhe fará manter ou recuperar seu autocontrole. Lembre-se: o desespero nada mais é do que uma forte emoção que paralisa a capacidade de pensar.

- Estabelecer metas para si mesmo

Não ter metas a alcançar é algo que torna a vida sem graça e tediosa. Então, reveja seus objetivos; estabeleça planos que lhe façam acordar disposto a lutar por coisas que deseja e estejam ao seu alcance.

Imagine uma mulher que perde o marido devido a uma doença grave que o acometeu. Ela poderá viver amargurada para sempre (o que não trará seu companheiro de volta), ou poderá seguir em frente, seja com um trabalho que lhe agrade, um curso que deseja realizar etc.

- Distrair-se com atividades prazerosas

É muito difícil alguém não ter um hobby, uma atividade preferida e capaz de proporcionar diversão e prazer por mero passatempo, sem qualquer outro compromisso.

Ouvir boas músicas, assistir a um filme incrível, praticar esportes, reunir-se com os amigos — enfim, os gostos são os mais variados. O importante é mudar o foco, pois, frente à perda, remoer pensamentos somente aprofundará a angústia.

- Cuidar da autoestima

A autoestima nada mais é do que valorizar a si mesmo, na medida adequada e conforme o que você realmente é — sem faltas (subestimar-se) nem excessos (superestimar-se).

Dependendo das circunstâncias, uma perda pode abalar negativamente nossa autoimagem, com pensamentos do tipo: “sou um fracasso”, “não sirvo para nada”, “sou um infeliz” etc. Esse tipo de situação decorre do chamado “baixo-astral”, e a resposta adequada é recuperar seu valor, capacidade e importância.

- Reforçar as boas convicções

Todos nós temos convicções, ainda que não estejamos plenamente conscientes delas. Alguns são religiosos, outros ateus; um é materialista, enquanto para o outro há uma essência espiritual para tudo.

Crenças boas e que respeitem a dignidade humana representam um grande apoio psicológico quando vivenciamos as perdas em geral, pois são forças que impedem nossa queda diante das fatalidades e das contrariedades. Então, se você as tem, procure nutri-las.

Enfim, estes são apenas alguns elementos que o ajudam a lidar com momentos difíceis. Na verdade, saber como lidar com a perda é um assunto delicado e que sempre exigirá uma boa dose de diálogo. O importante é se lembrar de que as dificuldades fazem parte vida e contribuem para nosso crescimento emocional e intelectual.
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