A NATUREZA, PODEROSA E SOBERANA, ATRAVÉS DE SUAS PERIÓDICAS E ETERNAS TRANSFORMAÇÕES, SEMPRE GUIOU E GUIARÁ O MUNDO. SEJAMOS OBEDIENTES E CRIATIVOS PARA O BEM, NO SENTIDO DE PRESERVÁ-LA, FAZENDO SEMPRE O QUE É MELHOR PARA SUA MANUTENÇÃO, BEM COMO PARA A COMUNIDADE ONDE VIVEMOS. ASSIM ESTAREMOS FAZENDO, TAMBÉM, O MELHOR PARA NÓS MESMOS.
Empatia e Solidariedade
O termo “empatia” é usado em educação como a capacidade de educandos e educadores se identificarem com o outro, sabendo se colocar no lugar do outro do ponto de vista tanto cognitivo como afetivo. Significa “sentir e sofrer no lugar do outro; pathos é a palavra grega que significa paixão, relacionada ao sofrimento”.
Na Filosofia pathos pode se opor a duas outras palavras: “ação”, em que somos ativos (na paixão somos passivos) e “razão” (na paixão somos irracionais)”. Portanto, empatia tem um sentido de passividade e irracionalidade. Na tradição filosófica, “quando se adota uma conduta baseada na racionalidade, é possível sermos mais donos do nosso próprio destino, diferentemente de quando agimos pela paixão, em que somos possuídos pelos sentimentos (dor ou alegria)”.
Citando Rousseau, diferenciamos doutrinação de educação. “A palavra ‘educação’ em latim significa justamente sair, ir (ducare) para fora (ex), ou seja, o educando sai de uma situação para ir para outra”. Do seu ponto de vista, “a empatia não é natural, ela é formada, desenvolvida no processo educacional”.
Já o termo “solidariedade” significa “caráter, condição ou estado de solidário:
1. compromisso pelo qual as pessoas se obrigam umas às outras e cada uma delas a todas.
2. laço ou ligação mútua entre duas ou muitas coisas ou pessoas, dependentes umas das outras.
3. sentimento de simpatia, ternura ou piedade pelos pobres, pelos desprotegidos, pelos que sofrem, pelos injustiçados etc.
4. manifestações desse sentimento com o intuito de confortar, consolar, oferecer ajuda etc.
5. cooperação ou assistência moral que se manifesta ou se testemunha a alguém, em quaisquer circunstâncias (boas ou más).
Se buscarmos o termo “solidário” no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa vamos encontrar:
1. em que há responsabilidade recíproca ou interesse comum.
2. que depende um do outro; interdependente, recíproco.
3. pronto a consolar, apoiar, defender ou acompanhar alguém em alguma contingência.
4. que sente do mesmo modo, partilha dos mesmos interesses, opiniões, sentimentos etc., concordando, dando apoio; irmanado.
Como pode ser constatado, o termo “solidariedade” tem um significado muito próximo ao de “empatia”, pois também está relacionado a compartilhar o sofrimento do outro. Entretanto, a solidariedade tem um componente para além do sentir, que é o da ação. Não se restringe apenas a sofrer junto, mas conforta, propõe ajuda.
Justamente por isso é que deveríamos usar o termo “solidariedade” e não “empatia” como um dos valores que sustentam a nossa prática na direção de uma educação transformadora. Pretendemos que as pessoas sejam capazes de se colocar no lugar do outra, principalmente do outro que sofre, ou seja, das pessoas menos favorecidas da nossa sociedade, mas também que sejam capazes de agir, de tomar atitudes que possam aliviar, confortar e, por que não, até mesmo eliminar o sofrimento do outro. Que sejam capazes, portanto, de se indignar com as injustiças e as desigualdades sociais e de agir para tornar nossa sociedade menos desigual, mais justa e humana.
Mas como ensinar solidariedade? Obviamente, não é incluindo-a como conteúdo a ser ensinado em alguma disciplina curricular. As escolas deveriam, em sua concepção de ensino e em suas escolhas metodológicas, criar condições para que os alunos desenvolvessem atitudes solidárias.
Somente com novos sentidos é que poderemos chegar ao novo e propiciar mudanças, sempre na direção de uma sociedade mais justa e humana.
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