sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

LICHIA PODE FAZER MAL PARA A SAÚDE HUMANA


A lichia é uma fruta tropical e subtropical, pertencente a espécie Litchi chinensis, muito comum na China e no sudeste da Ásia. Os principais produtores da cultura da lichia são: China, Índia e Vietnã. 

No Brasil, São Paulo é o maior produtor, seguido por Minas Gerais e Paraná. Ela é composta principalmente por carboidratos; minerais como cobre, fósforo, potássio, magnésio e zinco. Rica em vitamina C e também possui em menor escala vitaminas do complexo B (riboflavina, niacina e tiamina). Entretanto surtos de vômitos, convulsões, inconsciência, inchaço cerebral e alguns casos de óbito, principalmente em crianças que consumiam lichia em casa ou em locais de plantio são observados desde a década de 90, com maior incidência em regiões pobres, principalmente em regiões da índia. 

Durante os estudos foi observado que os surtos se assemelham a uma situação que ocorreu no Caribe, quando houve um grande número de casos de surtos de encefalopatia infantil. Neste caso, o evento foi associado a um fruto chamado ackee (fruto da mesma família da lichia) onde havia sido observado a presença da toxina hipoglicina

Possíveis alterações sobre a saúde de indivíduos intermediadas pelo consumo de lichia. Foi observado que pacientes menores de 15 anos internados por intoxicação pós consumo de lichia geralmente entravam em coma. E quatro de cada dez, morriam. Além disso, foi observado que muitos pacientes afetados eram internados nos hospitais com níveis baixos de glicose no sangue, e que a mortalidade se dava em função desses níveis. 

A lichia possui uma toxina denominada hipoglicina que é uma toxina hidrossolúvel que induz a hipoglicemia pela inibição da gliconeogênese, secundária àlimitação de co-fatores (CoA e carnitina) essenciais para a oxidação de ácidos graxos de cadeia longa. Sendo assim pacientes que consomem grande quantidade do fruto sem um estado nutricional e/ou uma alimentação diária adequados podem apresentar convulsões e perda de consciência em função de inchaço cerebral, podendo entrar em coma e óbito.

Conclusão: 

Os estudos encontraram associação entre grande consumo de lichia e intoxicação por conta da hipoglicina.  O seu consumo por pessoas desnutridas ou com má alimentação gera um risco de agravos para a saúde, podendo até causar óbito. 

Por isso, recomenda-se cautela para o consumo da fruta e/ou de seu suco. 

RESUMO:

A lichia contém uma substância chamada hipoglicina, que impede o corpo de produzir glicose e faz com que os níveis de glicose no sangue caiam. Mas isso só será um problema em casos extremos. 

Recentemente, a morte de centenas de crianças na Índia foi associada ao consumo de lichia. Segundo o estudo, publicado na revista científica The Lancet, a condição, que provoca convulsão, perda de consciência e pode levar ao óbito, é causada pela ingestão da fruta quando a criança está de estômago vazio. Mas, a lichia seria capaz de fazer mal? De acordo com a nutricionista Gisele Paiva, sim. Mas em condições extremas.

“A lichia tem uma substância chamada hipoglicina, que altera o metabolismo da glicose pelo corpo e faz com que os níveis de glicose no sangue caiam. Mas isso só vai ser um problema se os níveis de glicose já estiverem muito baixos e se você comer uma quantidade muito grande de lichia. Caso contrário, não há razão para se preocupar.”, explica Gisele, nutricionista da Clínica Drummon Dermato. 

Esse foi o caso das crianças na Índia. Segundo o estudo, a maioria das vítimas vivia em uma área pobre na região que é a maior produtora de lichia do país. As crianças que não estavam em boas condições nutricionais e já apresentavam baixos níveis de açúcar no sangue por não terem se alimentado nas últimas horas, comiam as frutas – provavelmente em grande quantidade – que caíram dos pés nas plantações.

De acordo com os relatos dos familiares, as crianças acordavam no meio da madrugada gritando, antes de sofrer convulsões e perder a consciência em função de inchaço no cérebro.

“A glicose é o nutriente mais importante do cérebro. A falta dele provoca fraqueza excessiva, tontura, perda de memória, sonolência e, quando atinge um nível muito baixo, pode levar à morte.”, diz Gisele.

Desde que os médicos passaram a recomendar que os moradores não deixem as crianças ficarem muitas horas sem se alimentar e restrinjam a quantidade de lichias consumidas por dia, o número de mortes começou a cair.

Surto no Caribe

Os pesquisadores que investigaram o caso também descobriram uma associação entre os pacientes indianos internados entre maio e julho de 2014 e um surto de uma doença que também provocava convulsão e inchaço do cérebro em crianças no Caribe. O surto caribenho foi provocado pela ackee, fruta parente do guaraná que contêm hipoglicina, substância que impede a produção de glicose – e também é encontrada na lichia.

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