Muitos animais - incluindo focas, golfinhos e morcegos - são capazes de se comunicar vocalmente. Mas papagaios estão entre os poucos que podem imitar, de forma espontânea, membros de outras espécies. E um estudo conseguiu identificar a região do cérebro que permite que isso aconteça - uma região também envolvida no controle do movimento. A descoberta pode explicar por que os papagaios, assim como nós, podem dançar e falar.
Sabemos que pássaros que conseguem cantar, incluindo papagaios, possuem centros no seus cérebros capazes de apoiar as vocalizações. Mas, exclusivamente nos papagaios, existem áreas ao redor desses centros, chamadas de 'conchas'. Em volta das conchas existe uma terceira região que dá apoio ao movimento. Essa estrutura é compartilhada por vertebrados, mas o sistema das 'conchas' é único.
Para compreendê-lo, foi analisada a expressão dos genes nesses caminhos em nove espécies diferentes de papagaios. Cientistas focaram em 10 genes que sabemos ser mais ativos nas regiões cerebrais de pássaros envolvidas com o canto.
Quando comparados com outros pássaros, os papagaios exibem um padrão complexo de expressão genética em todas as três partes de seus cérebros. Isso significa que a maior parte do aprendizado vocal específico de papagaios, como a imitação, deve estar acontecendo nas regiões da concha e naquelas que controlam seus movimentos. Isso é surpreendente, já que pesquisas anteriores assumiram que apenas os centros estariam envolvidos no aprendizado vocal - e que as conchas não tinham nada a ver com a fala.
Minha própria pesquisa mostrou que as conexões entre as regiões cerebrais que controlam capacidade cognitiva, de fala e motora nos humanos.
Os pesquisadores também examinaram pássaros canoros e descobriram que as regiões das conchas eram, de fato, exclusivas de papagaios. No entanto, novas pesquisas precisarão esclarecer o mecanismo envolvido na imitação.
No sistema de concha observado em várias espécies de papagaio sugerem que a habilidade de vocalização evoluiu há 29 milhões de anos atrás. Em comparação, essa é mais ou menos a época em que os ancestrais de humanos se diferenciaram de outros primatas.
A hipótese dos cientistas é que a estrutura de concha evoluiu depois dos centros envolvidos no canto terem sido duplicado no cérebro, com as conchas desenvolvendo novas funções - como a imitação. Então estudar essas estruturas em papagaios pode nos ajudar a identificar outras duplicações misteriosas que podem ter levado ao desenvolvimento de novas funções no cérebro humano.
Apenas papagaios, humanos e outros tipos de pássaro podem imitar o som de outras espécies. O fato que espécies tão diferentes, como pássaros e humanos, compartilham esse comportamento é um exemplo de evolução de convergência, na qual duas espécies, independentemente, evoluem estruturas relacionadas a comportamentos similares.
A imitação requer uma capacidade cerebral complexa e significativa. Por exemplo, a informação acústica precisa ser representada, sua organização precisa ser decodificada e, só depois, o som é reproduzido. A especialização complexa do centro, da concha e do sistema motor nos papagaios apoiam os processos de imitação, permitindo que essas espécies juntem informações auditivas sobre o ambiente com os comportamentos necessários para reproduzí-las. Por enquanto, não temos evidências que os papagaios tenham qualquer tipo de articulação extra para produzir sua fala. Mas os seus cérebros parecem fazer o trabalho extra.
Os autores também notam que humanos e papagaios também pertencem a outro grupo seleto de animais - aqueles que conseguem sincronizar seus movimentos corporais com as batidas de uma música. Além disso, diferente de quase qualquer outro animal no mundo, humanos e papagaios dançam espontaneamente (falamos quase porque o elefante também se move de acordo com a música).
Nos papagaios, a dança é associada com regiões motoras não-vocais que cercam a concha - o que dá força à possibilidade de que a capacidade geral de compreender o som que eles ouvem é associada com o seu comportamento.
O estudo é um grande passo em relação à tentativa de compreender o que torna os papagaios tão diferentes de outros pássaros. Os próprios pesquisadores afirmaram que estão surpresos sobre como a estrutura que eles descobriram era desconhecida até então. - *Larry Taylor - Professor do departamento de psicologia da Universidade de Nortúmbria.
Sabemos que pássaros que conseguem cantar, incluindo papagaios, possuem centros no seus cérebros capazes de apoiar as vocalizações. Mas, exclusivamente nos papagaios, existem áreas ao redor desses centros, chamadas de 'conchas'. Em volta das conchas existe uma terceira região que dá apoio ao movimento. Essa estrutura é compartilhada por vertebrados, mas o sistema das 'conchas' é único.
Para compreendê-lo, foi analisada a expressão dos genes nesses caminhos em nove espécies diferentes de papagaios. Cientistas focaram em 10 genes que sabemos ser mais ativos nas regiões cerebrais de pássaros envolvidas com o canto.
Quando comparados com outros pássaros, os papagaios exibem um padrão complexo de expressão genética em todas as três partes de seus cérebros. Isso significa que a maior parte do aprendizado vocal específico de papagaios, como a imitação, deve estar acontecendo nas regiões da concha e naquelas que controlam seus movimentos. Isso é surpreendente, já que pesquisas anteriores assumiram que apenas os centros estariam envolvidos no aprendizado vocal - e que as conchas não tinham nada a ver com a fala.
Minha própria pesquisa mostrou que as conexões entre as regiões cerebrais que controlam capacidade cognitiva, de fala e motora nos humanos.
Os pesquisadores também examinaram pássaros canoros e descobriram que as regiões das conchas eram, de fato, exclusivas de papagaios. No entanto, novas pesquisas precisarão esclarecer o mecanismo envolvido na imitação.
No sistema de concha observado em várias espécies de papagaio sugerem que a habilidade de vocalização evoluiu há 29 milhões de anos atrás. Em comparação, essa é mais ou menos a época em que os ancestrais de humanos se diferenciaram de outros primatas.
A hipótese dos cientistas é que a estrutura de concha evoluiu depois dos centros envolvidos no canto terem sido duplicado no cérebro, com as conchas desenvolvendo novas funções - como a imitação. Então estudar essas estruturas em papagaios pode nos ajudar a identificar outras duplicações misteriosas que podem ter levado ao desenvolvimento de novas funções no cérebro humano.
Apenas papagaios, humanos e outros tipos de pássaro podem imitar o som de outras espécies. O fato que espécies tão diferentes, como pássaros e humanos, compartilham esse comportamento é um exemplo de evolução de convergência, na qual duas espécies, independentemente, evoluem estruturas relacionadas a comportamentos similares.
A imitação requer uma capacidade cerebral complexa e significativa. Por exemplo, a informação acústica precisa ser representada, sua organização precisa ser decodificada e, só depois, o som é reproduzido. A especialização complexa do centro, da concha e do sistema motor nos papagaios apoiam os processos de imitação, permitindo que essas espécies juntem informações auditivas sobre o ambiente com os comportamentos necessários para reproduzí-las. Por enquanto, não temos evidências que os papagaios tenham qualquer tipo de articulação extra para produzir sua fala. Mas os seus cérebros parecem fazer o trabalho extra.
Os autores também notam que humanos e papagaios também pertencem a outro grupo seleto de animais - aqueles que conseguem sincronizar seus movimentos corporais com as batidas de uma música. Além disso, diferente de quase qualquer outro animal no mundo, humanos e papagaios dançam espontaneamente (falamos quase porque o elefante também se move de acordo com a música).
Nos papagaios, a dança é associada com regiões motoras não-vocais que cercam a concha - o que dá força à possibilidade de que a capacidade geral de compreender o som que eles ouvem é associada com o seu comportamento.
O estudo é um grande passo em relação à tentativa de compreender o que torna os papagaios tão diferentes de outros pássaros. Os próprios pesquisadores afirmaram que estão surpresos sobre como a estrutura que eles descobriram era desconhecida até então. - *Larry Taylor - Professor do departamento de psicologia da Universidade de Nortúmbria.
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